Lasswell se preocupa com o estudo científico do “ato de comunicação”, independente de se tratar de uma forma interpessoal ou mediada. Seu esquema desenvolvido é:
Quem -> Análise de controle
Diz o quê -> Análise de conteúdo
Em que canal -> Análise de meios
Para quem -> Análise de audiência
Com que efeito? -> Análise de efeito
Funcionalismo:
O autor se preocupa em examinar quais as funções dos meios de comunicação nas sociedades. Essas funções seriam as seguintes:
2) Correlação entre as partes da sociedade
3) Transmissão da herança social
As idéias de Lasswell são derivadas da biologia. Para ele, qualquer ser vivo necessita da comunicação para manter-se equilibrado com o meio ambiente. Os seres vivos recebem estímulos externos e os processam de maneira a garantir o funcionamento de suas partes especializadas. Ex: o olho.
Nas sociedades também há uma especialização de funções; Há por exemplo, os “sentinelas” que avisam o grupo sobre qualquer mudança no ambiente a fim de organizar as reações.
Nos países:
2) Meio Interno (editores, jornalistas)
3) Transmissores (educadores)
Os estímulos vindos da comunidade internacional são transmitidos (com perdas e transformações) pelos especialistas nos meios externos aos editores e jornalistas, que os retransmitem a população: a comunicação funciona como um “sistema nervoso”.
Além dessas grandes linhas de transmissão, parte das comunicações ocorre de forma autônoma, no interior do “organismo social”. “Ocorrem dentro das famílias, vizinhanças, lojas e outros contextos locais”.
A comunicação, ainda, não ocorre num único sentido. Os “estímulos” em uma conversa pessoal são emitidos e recebidos por cada um dos “parceiros” alternadamente. Já nos meios de comunicação de massa, há uma demora maior entre o estímulo e a resposta “social”, sendo que essa pode ser recebida pelos controladores dos meios através de pesquisas, por exemplo.
Os estímulos também podem ser modificados pelos “manejadores” de mensagens, como os jornalistas.
E A INTERNET? Superação da comunicação de massa?
Os Valores
Enquanto nos organismos vivos e nos animais, o estudo da comunicação pode, no máximo, sublinhar as formas de “necessidade”, nas comunidades humanas, é possível desenhar os “valores” envolvidos. Lasswell pensa os “valores” como “categorias de objetos que produzem satisfação”; “È possível estabelecer uma lista de valores presentes em qualquer grupo selecionado para estudo. Ademais, podemos descobrir a hierarquia na qual são procurados esses valores”: poder, riqueza, respeito, bem-estar, esclarecimento...
As instituições (a comunicação entre elas) são formas especializadas de transmitir, hierarquizar e distribuir valores sociais.
O poder e o conflito social
A comunicação tem, para Lasswell, uma função específica de “preservação do poder”, sendo que as “elites” realizam esforços de vigilância e censura nos âmbitos interno e externo.
A eficiência
Toda a teoria de Lasswell tem como objetivo a construção de ferramentas para uma “comunicação eficiente”. Essa seria pensada como uma resposta efetiva e programada na construção e transmissão de valores. “Uma das tarefas de uma sociedade racionalmente organizada consiste em descobrir e controlar quaisquer fatores que intervenham na eficiência da comunicação”. A ineficiência pode ser provocada por deficiências técnicas (interferências), restrições deliberadas (censura) ou por “ignorância” (falta de conhecimento na codificação/interpretação das mensagens). Lasswell cita também a “irrelevância” como fonte de ineficiência da comunicação.
No fundo, qualquer marca de personalidade, intencionalidade, história de vida, opinião etc, é vista por Lasswell como algo que diminui a “eficiência da comunicação”. Quanto mais impessoal e objetiva, mais eficiência terá.
As pesquisas em comunicação, portanto, deveriam ser (e foram) guiadas para a elucidação das condições que diminuem a eficiência (condutibilidade, não-condutibilidade, condutibilidade modificada);
Agregado de atenção –> público
Outra interessante conceituação de Lasswell é a diferença entre “agregado de atenção” e “público”. O primeiro é todo individuo exposto à comunicação em uma determinada área que considere “sua” (paulistano, brasileiro, latino-americano etc). O segundo não é apenas o indivíduo exposto à comunicação, mas aquele que “desenvolve a expectativa de que aquilo que ele quer pode afetar a condução da vida pública”. O público é o conjunto de indivíduos que altera e constrói a hierarquia de valores da sociedade.
O alvo de Lasswell é a “opinião pública”: a comunicação só pode colaborar para o desenvolvimento de uma nação se ela fomentar uma discussão esclarecida no âmbito da opinião pública. É necessário, para uma sociedade democrática, que a comunicação permita uma convergência entre a opinião do “especialista”, do “líder”e do “leigo”.
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