sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Aula 13 - Parte 2

Walter Benjamin e o cinemaBenjamin está consciente que, na década de 30, quando escreve o texto, o papel transformador do cinema ainda é potencial: “ Enquanto o capitalismo continuar conduzindo o jogo, o único serviço que se deve esperar do cinema em favor da revolução é o fato de permitir uma crítica revolucionária das antigas concepções de arte”.

A principal força revolucionária das reproduções técnicas é o fato de corroerem a figura do “especialista”. A massa, diante de uma reprodução, se porta como um semi-especialista capaz de emitir juízos. “no cinema, o público não separa a crítica da fruição”. Diminui portanto, a autoridade do perito em função de que todos podem compartilhar da criação. Lembremo-nos que Benjamin se referia aos cinema-diversão, que era o grosso da produção de sua época. O cinema de “arte” ou de “autor” já não é mais essa forma de arte acessível à massa e tem sua crítica especializada.

O cinema é sempre uma experiência coletiva, diferentemente da obra de arte “aurática” cuja fruição era individual. Ele se parece mais com a arquitetura do que com a pintura: Nasce para ser habitado por muitos, para abrigar a massa.

O cinema também modifica a percepção. Ele permite a atenção a pequenos detalhes que, na visão cotidiana, passam despercebidos. Assim, na visão de Benjamim, o cinema possibilita uma visão mais científica da realidade, uma visão mais completa e realista do mundo que nos cerca.

“A massa é uma matriz de onde brota, atualmente, todo um conjunto de novas atitudes em face da obra de arte. A quantidade tornou-se qualidade. O crescimento maciço do número de participantes transformou o seu modo de participação”.

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